segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

meu amor, não enlouqueça.

Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.




Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...

3 comentários:

Aline disse...

isso me cheira Pessoa.
gosto de vir aqui ler agora de noite. pra pensar no outro dia no tremo uvindo musicas cults sentimentalóides.
beijo.

Aline disse...

no Trem*
Ouvindo*

Veriana Ribeiro disse...

já enlloqueci. A todo momento, baby.

=*