sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

rayza quem?

é estranho isso de "envelhecer". entre aspas, claro, pois ainda sou ma "menina". mas a relatividade disso tudo me faz recear a por aspas e até mesmo a continuar escrevendo. envelhecer propões algo imutável, que é mudar. supostamente estamos no centro disso, no controle, mas será?
eu não sei se algum dia soube com certeza quem eu era. mas eu tinha algumas características praticamente irrefutáveis a meu respeito, que me definiam de certa forma. hoje em dia paro pra pensar sobre isso e não reconheço mais essas coisas. não sei se por inocência, ou ignorância na época, mas tudo aquilo que antes certamente era eu agora é meio nebuloso, duvidoso. e o futuro que eu imaginava ter acabou tão distinto que às vezes me pergunto se eu mesmo o vivi ou se o tempo simplesmente passou ao meu redor e fui lentamente me esquecendo do que eu queria fazer e ser, ou percebendo que não valia a pena.
o grande problema da vida é que a maioria das coisas acaba se resumindo à uma questão de ponto de vista. coisas que faziam sentido ão parecem mais fazer e isso é estranho, e de certa forma, assustador.
eu gosto de mudanças. só é estranho não estar direito no controle delas.
me imagino daqui a 10 anos. espero que eu não me envergonhe, por que se a minha eu de uns 5 anos atrás me visse como sou hoje, acho que me envergonharia. assim como às vezes me envergonho de quem eu era.
caramba, eu chorei assistindo orgulho e preconceito hoje numa cena tão brega quanto aqueles coraçõeszinhos que as pessoas entalham nas árvores com nomes de namorados.
é estranho pensar sobre algo e não saber com certeza qual é a sua própria opinião.
às vezes sinto que são tantas alternativas e expectativas que eu acabo não fazendo nada só pra não fazer a escolha errada.
quando será que eu finalmente me sentirei confortável?

9 comentários:

Anônimo disse...

É, na verdade eu acho que tu falou de um jeito ‘Rayza’ o que eu de certa forma já pensava. Por exemplo, é realmente estranho viver essa fase da vida, que é tão cheia de escolhas etc etc. É como se nós vivêssemos o agora só que presos ao depois. Isso é mesmo uma loucura. Aí a gente aprende um monte daquelas frasezinhas espirituosas não provam porra nenhuma, do tipo dizendo “não se preocupe, viva o agora nãnãnã”, “aproveite cada momento blábláblá”, mas a verdade é que é muito difícil se afastar de todas essas neuras relacionadas ao nosso destino espiritual e material, caindo naquele desespero que só a falta de uma solução elaboradinha e bonitinha nos dá. Finda que com o tempo nós nos ‘esquemos do que nós queríamos fazer e ser, ou percebemos que não valia a pena’, já que ‘são tantas alternativas e expectativas que nós acabamos não fazendo nada só pra não fazermos a escolha errada’.E no final a gente sempre acaba se perguntando: como que eu vou viver o maldito presente se eu vou morar pelo resto da vida na porra do futuro? Daí pra completar tem o seu passado, que fica te perseguindo e fazendo ‘buuuuu’ atrás de ti...

Anne Nascimento disse...

eu poderia escrever alguma coisa interessante, mas creio que o Lucas já disse tudo. E eu não sou tão inteligente quanto ele ou você para escrever algo que chame atenção, né?

às vezes eu agradeço às mudanças. Sério mesmo. E agradeço ao futuro, e ao passado, mas não sei muito bem o porquê. Eu gosto de expectativas, mesmo que elas não dêem certo. Gosto apenas do sentimento de que, afinal, as coisas podem mudar. Podem se tornar piores, mas mudam.

E uma coisa confortável pode ser estar num carro com a Anne dirigindo. Ou não :D

Veriana Ribeiro disse...

Definitivamente precisamos sentar pra conversar, pq, putaquepariu, estamos muito confusas com essa coisa que chama de vida.

Se eu começar a falar aqui todas as minhas ideias sobre esses temas "quem eu sou", "mudança" e "presente/futuro" acho que vou escrever algo ainda maior do que o teu texto.

Eu ando extremamente confusa sobre esses temas, isso é um fato. E depois de tanto chorar, acho que estou tentando n pensar nisso - por mais dificil que seja - pq se nao vou ficar desidratada.

espero que essa demora n demore muito pra gente poder se encontrar e falar juntas, e filosofar juntas, e chorar juntas e tentar descobrir - ao menos um pouquinho - quem somo e em que estamos nos trasformando.

j.artur disse...

se eu me visse no futuro há 5 anos atrás, eu não acreditaria no que estava vendo.

alguns de meus princípios já foram parar no lixo.
digamos que, eu até me prefiro assim! ;)

Anônimo disse...

é..
esse negocio de mudança é realmente muito complicado.
qdo eu me imagino há 5 anos atras, da vergonha do que eu era cara! :|

beijo

Veriana Ribeiro disse...

QUANDO A SENHORITA VAI VOLTAR COM ESSE BLOG, EIN?

Trate já de falar sobre o Acre e a preguiça, isso dá um otimo post
.

ou então o quanto vc sente minha falta ( oi? eu me acho Mas diga é ou não verdade? XD )

Anne Nascimento disse...

campanha: VOLTA A POSTAR E FAÇA UMA ÍNDIA FELIZ

=*

paulo ramon disse...

fazer um comentário mãe:

eu entendo que seja difícil, pra todo mundo é
fácil ficar louco pensando nisso
mas depois de ler o post e todos os comentários, principalmente o da veriana, sobre sentar e conversar sobre isso (isso existe!), realmente fiquei feliz. tente enxergar a situação de forma mais ampla e simplificada, quantas pessoas fazem isso?

não me identifico com a segurança, só com a segurança da desorientação, da incerteza e da dúvida, isso é bem difícil mas é como vejo pelo menos agora. é a tal da máxima de brecht (que eu não lembro quem é, talvez filósofo, chama google)

"De todas as coisas seguras, a mais segura é a dúvida"

bela muleta dos inseguros

espero que, não necessariamente encontres uma resposta mas pelo menos algum tipo de conforto, aquele confort que a gente encontra depois que esquece a neura

outra velha dica de mamãe: tem solução? então não há de que se preocupar. não há? também.

um beijo :)

paulo ramon disse...

ah eu sei que esses posts são very olddddddddd old old
mas comento mesmo asssim